domingo, 13 de julho de 2008

Sábado cheio

Ontem foi um dia cheio de atividades. A tarde fomos assistir a peça O pavão misterioso, até agora a peça mais fraca.

Os dois atores eram bons, mas começaram enrolando o público com palhaçadas em excesso. A história, embora sendo considerada uma obra-prima da literatura de cordel, é bem simples e sem genialidade, ou seja, bobinha.

A noite foi a primeira peça dentro de um teatro mesmo: Anjo Malaquias. Esta foi interessante, embora de difícil entendimento em certos momentos e de sonolência em outros. Foi uma representação da vida e obra do “tradutor, cronista, poeta do cotidiano, alquimista das palavras” Mário Quintana, este sim simples e genial. Repleta de reflexões sobre a vida, a morte, o amor, o tempo, a poesia, o cotidiano, o Brasil, o ser humano. Por exemplo, lembro-me de algumas passagens interessantes: “A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda”; “O que me impressiona, à vista de uma macaco, não é que ele tenha sido nosso passado: é esse pressentimento de que ele venha a ser nosso futuro”; ou ainda quando encontraram em sua escrivaninha uma sugestão de epitáfio: “Eu não estou aqui”. Realmente é isso, Mário Quintana é encontrado em sua obra. Quem quiser conhecer mais entra aqui, tem muita coisa interessante.

Eis que chega o Não-lugar e as coisas mais bizarras do Festival. A primeira é a brota do vestido que absorve a água e vai mudando de cor lentamente. Também tinha a mulher do saco, isso mesmo uma mulher nua dentro de um saco. Ela ficava lá como quem não quer nada e de vez enquanto dava uma mexida e assustava alguém. No meio da festa começa um joguinho de futebol, nada muito empolgante, mas eis que a locutora coloca seu fartos seios em uma bandeja e começa: “Teta de nega 10 centavos”, Olha a teta de nega, 10 centavos”, “Por 10 centavos você pode pegar, beijar minha teta”. Com certeza foi a sensação da noite.

Um comentário:

Paula Leão disse...

Gosto Muito desse...aliás o Mário (intímo) é maravilhoso!

Somos donos de nossos atos,
mas não donos de nossos sentimentos;
Somos culpados pelo que fazemos,
mas não somos culpados pelo que sentimos;
Podemos prometer atos,
mas não podemos prometer sentimentos...
Atos sao pássaros engailoados,
sentimentos são passaros em vôo.
Mário Quintana