terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Primeiras impressões, ou emoções?

Com os vinhos da solidão

A água jorra entre os prédios

As flores secam em pleno verão

Mas o viver não deixa tédio

Seria mais fácil viver solitário

Seria mais tenso olhar os canteiros

Seria mais denso acovardar-se

Seria, mas não é.

Nos pés a dor de um táxi perdido,

Dor que sublima as lágrimas engolidas

Mas que vivida se torna festejada

E por mais amada se torna marido.

Seria mais claro desistir

Seria mais vivo morrer

Seria mais fútil perquirir

Seria, mais não é.

De um vão surge a magia

De borboletas música

E o infinito se recria

Entre as lágrimas pintura.

Seria mais difícil escolher

Seria mais carinhoso seguir

Seria mais amoroso escorregar

Seria, mas não é.

Entre casas e apartamentos o céu

Entre facas e pensamentos o inferno

Entre, a casa não é sua,

Mas deixa eu morar, só pra lembrar.

Seria mais intenso viver

Seria mais rico talvez

Seria mais absurdo esquecer

Seria, mas não é.

As energias fluem e marcam

Seus territórios se escondem

Suas oratórias se inflamam

Seus olhares aqui me trazem.

E assim continuo a escolher

Para que a vida continue

Apenas continue

Afinal, seria, mas não sou!