Ao meu lado o espaço
Ao meu centro o vazio
À minha frente o signo
Ao meu outro lado o estigma
Acima, as estrelas
Abaixo, o inferno
Do espaço o ronco
Do centro, ainda o vazio
Do signo o medo
Do outro lado a matéria
Das estrelas os olhos
Do inferno o amor
O ronco se mistura com o silêncio
O vazio se esvazia da fumaça
O medo me encanta com o futuro
O sólido se manifesta em detalhes
Os olhos se fecham para esperança
O amor enfeitiça minhas pálpebras
Ronco no silêncio
Rio de um vazio
Rumores de um medo
Rico em matéria
Respeito seus olhos
Risos pelo seu amor
No silêncio ouço o espaço
Na fumaça encontro meu vazio
No futuro vejo meus signos
Nos detalhes sinto o estima
Na esperança de ver uma estrela
Nas pálpebras o fogo
Ouço por ouvir
Olho por olhar
Ontem não fiz nada
Obedeço meus sentidos
Oblíquo nesses escritos
Oh, que poema sem sentido