terça-feira, 30 de junho de 2009

Seis movimentos do adorno

Ao meu lado o espaço

Ao meu centro o vazio

À minha frente o signo

Ao meu outro lado o estigma

Acima, as estrelas

Abaixo, o inferno


Do espaço o ronco

Do centro, ainda o vazio

Do signo o medo

Do outro lado a matéria

Das estrelas os olhos

Do inferno o amor


O ronco se mistura com o silêncio

O vazio se esvazia da fumaça

O medo me encanta com o futuro

O sólido se manifesta em detalhes

Os olhos se fecham para esperança

O amor enfeitiça minhas pálpebras


Ronco no silêncio

Rio de um vazio

Rumores de um medo

Rico em matéria

Respeito seus olhos

Risos pelo seu amor


No silêncio ouço o espaço

Na fumaça encontro meu vazio

No futuro vejo meus signos

Nos detalhes sinto o estima

Na esperança de ver uma estrela

Nas pálpebras o fogo


Ouço por ouvir

Olho por olhar

Ontem não fiz nada

Obedeço meus sentidos

Oblíquo nesses escritos

Oh, que poema sem sentido