Com os vinhos da solidão
A água jorra entre os prédios
As flores secam em pleno verão
Mas o viver não deixa tédio
Seria mais fácil viver solitário
Seria mais tenso olhar os canteiros
Seria mais denso acovardar-se
Seria, mas não é.
Nos pés a dor de um táxi perdido,
Dor que sublima as lágrimas engolidas
Mas que vivida se torna festejada
E por mais amada se torna marido.
Seria mais claro desistir
Seria mais vivo morrer
Seria mais fútil perquirir
Seria, mais não é.
De um vão surge a magia
De borboletas música
E o infinito se recria
Entre as lágrimas pintura.
Seria mais difícil escolher
Seria mais carinhoso seguir
Seria mais amoroso escorregar
Seria, mas não é.
Entre casas e apartamentos o céu
Entre facas e pensamentos o inferno
Entre, a casa não é sua,
Mas deixa eu morar, só pra lembrar.
Seria mais intenso viver
Seria mais rico talvez
Seria mais absurdo esquecer
Seria, mas não é.
As energias fluem e marcam
Seus territórios se escondem
Suas oratórias se inflamam
Seus olhares aqui me trazem.
E assim continuo a escolher
Para que a vida continue
Apenas continue
Afinal, seria, mas não sou!
2 comentários:
Seu blog no mínimo é, profundoOoo...
Perfil, essencialmente com a estranheza do existir!
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