quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Fragmentos de um debate

Olá camaradas, companheiros, colegas, amigos e desconhecidos, Devo declarar que também não sou filiado a nenhum partido, mas adoro debater política. Não pelos políticos, pois estes cada vez afastam a população desse debate, mas por acreditar que é pela política que organizamos os espaços e ações públicas, visando atender o bem coletivo, visto que a mão invisível do Smith nunca cumpriu com seu papel. Portanto, nada mais justo os homens organizados cumprirem com tal papel. Aliás, essa ideia vem no bojo da discussão da social-democracia citada pelo camarada Rodrigo. Acredito muito na possibilidade histórica de uma social-democracia brasileira, embora muito distante da nossa realidade atual. Por isso, não sou contra a priori as altas taxas de impostos, pelo contrário, defendo que essas taxas sejam justas (que no Brasil sabemos que não é, pois está vinculada ao consumo e produção e não a renda) e que sejam efetivamente aplicadas nas políticas públicas (que também sabemos que não são, visto a perca de dinheiro dos cofres públicos em políticas desorganizadas e corrupção). Esta dificuldade em ampliar os direitos sociais, vem outra questão que julgo muito importante: as diversos concentrações que existem no Brasil. A primeira é a concentração de renda. Segundo IBGE, em 2004, 1% da população detinha 14% do PIB, enquanto 50% da população brigam por 13,5% do PIB, daí já temos um panorama dos possíveis problemas sociais que decorrem dessa concentração. Temos também a concentração de propriedade, que se articula a concentração de renda. Esta, nem vou trazer dados para não me prolongar. Não obstante, soma-se a estas duas concentrações a do poder político. Basta ver pela significativa bancada ruralista, que segundo site Transparência Brasil , "a bancada ruralista está principalmente em três partidos: PMDB, DEM e PSDB." Por fim, temos a última e não menos importente, concentração dos meios de comunicação, que é claro também estão articulados com as outras 3 concentrações. Agora vêm a questão: como desenvolver uma real social-democracia neste quadro? Ou ainda, a social-democracia só terá condições de se efetivar rompendo com este quadro de concentração. E nem FHC, nem Lula, nem Dilma, nem Serra romperão com essa situação. Talvez, no limiar da loucura e da velhice, o Plínio que possui uma história e um discurso mais aproximado. Do resto, dá-lhe neoliberalismo. Também como o camarada Rodrigo, não defendo de unhas e dentes o PT, mas como dialético crítico que tento ser, não me abstenho de atacar o PSDB e inclusive o próprio PT, hava vista que o Lula, embora tenha melhorado um pouco o andamento das políticas públicas, não foi lá grandes coisas diante das concentrações acima citadas. Por fim, devo registrar que além da social-democracia temos como horizonte o socialismo ou a barbárie, que diga-se de passagem, está última já ronda nossos lares, ruas e quintais.

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